domingo, novembro 29, 2009

O mundo crescente do Facebook-2


Eu diria que é praticamente impossível acreditar que possamos planejar uma coluna inteira sobre o Facebook com uma semana de antecedência. Pois se eu esperava escrever sobre determinados assuntos de Facebook na semana anterior, eles já mudaram razoavelmente no transcorrer desta semana. Nesta última quarta-feira, o Facebook surpreendeu mais uma vez, ao possibilitar a seus usuários importarem seus amigos do Orkut para o Facebook.. E se na semana passada a contagem de usuários do Facebook no Brasil estava em 1 milhão, agora ela já se encontra em 1,3 milhão. Ou seja, cresceu 1/3 de seu tamanho total no Brasil em uma semana. É realmente uma rede social que veio para surpreender este mercado, no Brasil também. Para comprovar ainda mais tal sucesso, o cantor Justin Timberlake, um fenômeno de popularidade mundial, será uma das estrelas de um filme de Hollywood sobre o Facebook, que começará a ser rodado este mês.
Mas não vamos fugir ao assunto desta segunda e última parte das colunas introdutórias sobre Facebook. Vamos falar de redes de amizades, de clientes e de participantes de jogos online. É este triunvirato que acredito ser o grande segredo do Facebook. E para que este grande segredo funcione, vai aí o outro grande segredo: a aceitação universal de aplicativos sendo rodados no Facebook para os mais diversos usos.
Falamos primeiro das redes de amigos. O Facebook optou inicialmente por uma estratégia que determinou seu grande sucesso atual: juntar colegas de sala de todas as turmas pelas quais se passou durante a vida. Assim, ao preencher as turmas de sua vida, aos poucos você encontrava com colegas que há muito não via. Isso gerou, e gera, muita simpatia pelo Facebook, uma sensação de agradecimento por ter conseguido reunir tanta gente importante da própria vida. Eu, por exemplo, só consegui achar colegas que há muito não via devido ao sucesso desta ferramenta do Facebook.
E assim vai. Você pode optar por compartilhar mais ou menos privacidade no Facebook, com sua rede de amigos.Mas só de poder optar por isso já é um avanço.
Para empresas, o Facebook tem se revelado altamente valioso. Altamente e literalmente, afinal uma polêmica empresa australiana, chamada USocial, teve a audácia de vender amigos do Facebook, por preços que variam de 124 euros a até 818 euros, num total de 10.000 amigos. Se a pessoa vai aprovar ou não o pedido de amizade já passa a ser um problema exclusivo de quem contratou o serviço...
Polêmicas de lado, empresas gigantes como a Coca-Cola têm usado diariamente o Facebook para uma série de ações. No momento em que escrevo esta coluna, completavam-se duas horas da última ação da Coca-Cola. Em uma mensagem para seus 3.723.000 fãs do Facebook, ela pediu que enviassem, por vídeo, mímicas do som produzido depois de beber o negro líquido. Neste intervalo, 1466 pessoas expressaram ter curtido a ação e outras 223 já haviam comentado. Vale dizer que os comentários são de todos os tipos: positivos, negativos, inflamados ou apaixonados. É aí que uma empresa ganha ao usar o Facebook: estendendo seus laços com o cliente, aceitando todo tipo de retorno dele, não somente os positivos, como se fosse um mundo perfeito (ah, estatística de última hora: nos 16 minutos que levei para escrever a coluna até aqui, a Coca-Cola já conseguiu 24 novos fãs).
Concluindo a coluna de hoje, o Facebook parece ter nascido para hospedar joguinhos altamente viciantes. Uma das empresas que surfou nesta popularidade, a Zynga, declarou ter faturado 100 milhões de dólares só no ano passado. São jogos desde os mais clássicos, como o poker, até ideias mais novas, como gerenciar uma gang de mafiosos tomando o mundo, ou cuidar de uma plantação de milho em uma ilha deserta. Cada um de seus amigos que também gostem do mesmo joguinho que você faz parte automaticamente de seu ranking, o que gera assunto para muito tempo.
Termino aqui esta série de quatro colunas sobre o crescente mundo das redes sociais. Se você tinha preconceito por causa do Orkut, esqueça. Tire os rótulos da cabeça e mergulhe de vez, para não ficar para trás. A Internet e sua evolução permanente transformaram o que era apenas um passatempo fofoqueiro em um local bem mais enriquecedor. Como sempre, tomando-se os devidos cuidados.

*publicado originalmente no Jornal Interação,de Araxá-MG

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